Categories: COLUNA CAIÇARA

Badeco Redeiro -Tecendo a história

Tecendo a história com o pescador Badeco Redeiro

 

Badeco Redeiro

Homenagem a Seu Badeco. Redeiro é profissão de idosos, quase extinta. Triste, né. Mas a falta de jovens interessados na arte das redes é resultado da indiferença pela pesca artesanal, profissão em declínio. Os poucos sobreviventes, condenados ao esquecimento, enfrentam a concorrência desigual da pesca industrial.

Mas nesta semana, passando de carro pela rua do Lar Vicentino, uma cena pitoresca muito nos chamou a atenção. Um jovem montava uma rede de pesca na calçada. Paramos para um gostoso bate-papo. Era o genro de “Seu” Badeco redeiro, que prontamente nos apresentou o sogrão.

Manuel Pedro Calixto, caiçara, 66 anos, nascido na Vila de Picinguaba, cresceu no mar. Aos 14 anos iniciou na profissão.

Conhecendo Badeco

Naquela época, a Rodovia Rio-Santos ainda não havia sido construída. A única forma de chegar ao centro da cidade era pelo mar. Aos 19 anos, casou-se e veio morar na antiga “rua da ponte-balanço”.

Durante o bate-papo, Badeco redeiro expressa sua gratidão pela esposa, que o ajudou a criar as três filhas nas dificuldades da ausência do pai. Ele nos relata com muito orgulho: “Eram vinte e cinco dias embarcado e somente cinco em terra. Ela foi pai e mãe”. Foram quarenta anos e muitas sardinhas, carapaus e tainhas. Depois de uma vida inteira como pescador, “Seu” Badeco atuou como marinheiro por onze anos. Quando o patrão decidiu vender o barco, ele se aposentou e há três anos se dedica à montagem de redes de pesca com ao genro.

Em meio a tantas histórias, uma se destaca. Certa vez o motor do barco “pifou”. Havia quinze homens sob sua responsabilidade. Debaixo de uma tempestade, a muitas milhas da costa, aguardaram o reboque. “O caíco se desprendeu, foi uma noite terrível!”

Hoje, financeiramente, já não mais compensa tecer a rede toda. Eles compram os pedaços dos diferentes tipos de redes e as montam de acordo com o pedido dos clientes. Durante nossa conversa, faziam uma rede para corvineira com 55 metros de comprimento.

Nesse balé feito de mãos, muito ritmo e cadência. Tudo claro, recheado com muita história de pescador!!!!

Nossa homenagem deste mês na Coluna Caiçara vai para esta brava família, que, unida, tenta remar contra a maré.

Por Patricia Liberal

E ai curtiu nossa postagem? Deixe seu comentário e siga-nos também pelo Facebook e curta nossa página.

budkristan

Postagens Recentes

Surf: Uma paixão que combina liberdade, amor e respeito

Surf: Uma paixão que combina liberdade, amor e respeito Introdução Bem-vindos ao SurfBrazukas! Hoje vamos…

2 meses ago

O Amor pelo Surf de Açucena Vaz

O Amor pelo Surf de Açucena Vaz Introdução Olá, leitores do SurfBrazukas! Confira a entrevista…

3 meses ago

Surf, amizade e perseverança: conheça a emocionante jornada de Paulinho Henrique no episódio 08 do podcast Surfbrazukas!

Surf, amizade e perseverança: conheça a emocionante jornada de Paulinho Henrique no episódio 08 do…

1 ano ago

Hang Loose Pro Contest tem mais um dia de mar desafiador em Fernando de Noronha

Hang Loose Pro Contest tem mais um dia de mar desafiador em Fernando de Noronha…

1 ano ago

Hang Loose Pro Contest tem dia com show de tubos na Cacimba do Padre

Hang Loose Pro Contest tem dia com show de tubos na Cacimba do Padre Kaue…

1 ano ago

Eletron Energy apresenta Hang Loose Pro Contest é iniciado em Fernando de Noronha

Eletron Energy apresenta Hang Loose Pro Contest é iniciado em Fernando de Noronha Ex-tops do…

1 ano ago

Este site utiliza cookies.