
Memórias e Surf
Memórias e surf.
Cresci no meio do Surf, de 76 a 86. Perequê-Açu, Praia Grande e Itamambuca.
Todos irmãos surfistas e mamãe me mandava ir buscá-los. Lá longe, bem distante, além da arrebentação, os gritos não chegavam. Os assobios foram tomando forma e força.
Quanto ao surf, lembro-me de uma única vez, ter feito uma tentativa aos nove anos. Nunca mais!
Lá por volta de 76 o Pereka era quase um deserto, na verdade, um charco. Pererecas aos montes coaxavam nos dias de chuva. E como chovia!
O mais velho, aos quinze, aficionado pelo esporte, nem se dava ao trabalho de percorrer dois quarteirões para ver se estava rolando ondas. Subia no muro da Pousada. Não havia construções. Tudo jundu, areia e mar…
A casa respirava surf; amigos, pranchas, shapers.
O vocabulário era recheado de “cut backs, tubos, direitas, esquerdas, batidas, caldos, vacas, altas ondas, glass, mar flat, paneleiro, marolas” .
Cabelos duros, loiros, compridos e parafinados. Tudo regado a muito vento, muito sol e muito sal.
De volta aos tempos atuais, um reencontro.
Uma sensação de liberdade, de juventude, a água batendo no rosto…
Foram poucas ondas. Já era quase noite. A lua cheia brilhando na água, cardumes ao lado. Indescritível.
O aprendizado está apenas no começo.
Equilibrar-se, remar, enfim… Muitos desafios.
A alegria e o desejo de poder usufruir novamente desta atmosfera, enfim retornaram, e o mais importante, permanecem…
Aloha!
Por Patricia Liberal